sexta-feira, 7 de março de 2014

Renato Russo. O filho da revolução (Carlos Marcelo)




" De dia corro com meus medos, à noite passeio com meus sonhos."
Nicolas Behr.

Renato Manfredini Júnior, o Renato Russo, um menino que chega à cidade de Brasília junto com a expectativa e todo o brilho da cidade que será a "face" do desenvolvimento nacional. Para o menino quadras e quadras de poeira seca em uma cidade fantasma. 
A sensibilidade é inerente ao jovem Manfredini, amante da língua inglesa e consumidor voraz de grandes clássicos da literatura mundial o menino que afoga-se  em Dylan, Zeppelin, Beatles, é o mesmo que acompanha o pai às óperas.
A partir  do nascimento da cidade as cores da infância de Renato vão sendo apresentadas de forma peculiar sem todo aquele melodrama exacerbado ou críticas ácidas. São as músicas, os amigos, a rotina,  as peladas nas quadras dos prédios.
Não pretendo prolongar tanto essa resenha talvez porque cada leitor se emocionará, a sua forma, com este livro. 
Quanto a citação de Behr os medos estão no ar de Brasília, a cidade programada, sem carne e sangue ( para alguns sociólogos), revestida em concreto e ossos ( para o folclore), não é o retrato do mal,  os maiores medos estão em Renato, o assombrando, forçando cada dia mais sua introspecção e devaneio. Produz letras mas, mais do que isso é a ancora que para ou arrasta para o fundo. 
    " [...] De madrugada, tem ataques de choro e pânico em conversas pelo telefone ... ( pag.383) 
    " [...] _ They knew I'd never go back ... and now I'm a dream. And I don't feel like a dream. (Eles sabiam que eu nunca voltaria ... e agora eu sou um sonho. E não me sinto como um sonho.)-pag 396-.
              Mirelle



Fotos retiradas do livro páginas: 06;186;144;126; 267;266; 305;312

       














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